Poderia ter sido com você

Se não com você, que está conosco, com alguém próximo.

Em junho, mais um caso de atuação profissional não autorizada ganhou os noticiários do modo mais lamentável possível. Uma pessoa acabou falecendo durante um procedimento estético manipulado por alguém sem as necessárias capacitação e qualificação. Devido a esse desfecho, tivemos a notoriedade pública do ocorrido.

Mesmo sendo ilegal no país, infelizmente acontecem todos os dias centenas de situações arriscadas como essa. A falta de fiscalização favorece esse tipo de prática, na qual muitas vezes pessoas mal-informadas acatam de boa-fé, inclusive assinando compromissos de responsabilidade em documentos que omitem a ilegalidade da prática.

Isso ocorre também em lugares que oferecem aplicação de vasinhos. Não apenas por falsos profissionais em clínicas de fachada, mas também por médicos registrados em outra especialidade que não a vascular. Neste caso, o paciente tem ainda mais confiança na garantia de sucesso, sem pensar nas consequências adversas e exceções que escapam da habilidade e conhecimento do profissional.

Como mencionamos em outro Boletim Vascular, aplicações trazem peculiaridades caso a caso. Para um especialista seriam simples, mas quando mal administradas por um médico leigo, podem levar a complicações como tromboflebite, trombose venosa profunda e a própria necrose da região.

Vale lembrar que, além do profissional, a responsabilidade por possíveis erros acaba recaindo também naquele que contrata o procedimento. Em caso de um erro ou fatalidade, infelizmente torna-se muito mais complicado requerer direitos como reparações ou indenizações.

Na tentativa de gerar mais consciência e atenção às pessoas, voltamos a alertar sobre o assunto. Como classe profissional, apoiamos a pressão das entidades médicas junto aos órgãos de fiscalização em todo o país. A prevenção e responsabilidade são sempre os melhores caminhos.