Aplicações com espumas

Aplicações com espumas

Em meados da década de 1990, o médico espanhol Juan Cabrera trouxe uma solução fruto de décadas de pesquisas iniciadas por outros cientistas ao longo do século 20: o uso de espumas para o tratamento de vasinhos e varizes. Tal evolução teve seus primeiros passos ainda nos anos 40, quando já se conheciam os efeitos esclerosantes de determinados elementos ao reagirem em forma de espuma. Após a contribuição de Cabrera para esta aplicação, o italiano Lorenzo Tessari deu um passo adiante: padronizou o uso da espuma densa produzida e aplicada com seringas, o que impulsionou a técnica em todo o mundo. A partir de então, a eliminação de vasinhos e varizes com esse método passou a ser uma potente alternativa à cirurgia e ao já consagrado uso da glicose e de outros esclerosantes.

O processo da espuma atua a partir da injeção de uma substância com propriedade detergente chamada polidocanol que, ao ser misturada com o oxigênio, assume a consistência de espuma, que provocará uma ação inflamatória na veia promovendo a “secagem” (processo esclerosante) e a absorção dela pelo organismo.

Mas se tanto a glicose quanto a espuma atuam de maneira a eliminar o vasinho a partir de um processo esclerosante, quais seriam as vantagens da espuma?

Isso foi a pergunta da maioria dos especialistas na época em que ela surgiu. Havia um preconceito e grande resistência para trocar a já conhecida e eficaz glicose por uma novidade semelhante. Afinal, não se mexe em time que está ganhando… O fato é que as qualidades da espuma se mostraram tamanhas, que os mais entusiasmados diziam que elas estavam chegando até para substituir a cirurgia de varizes e os esclerosantes antigos. Isso foi visto com olhos céticos e, de fato, não se confirmou.

Com o tempo, no entanto, a espuma se mostrou uma alternativa de grande eficiência devido a um efeito bem mais eficaz do que a glicose: o polidocanol reage de maneira mais rápida e mais intensa, pela sua maior aderência na luz interna da veia, oferecendo grande controle na aplicação. Por isso, além dos vasinhos em si, a espuma passou a ser aplicada em veias reticulares (intermediárias entre vasinhos e varizes), em varizes propriamente ditas e na própria safena doente utilizando-se diferentes concentrações.

Pelo fato da safena ser uma veia mais calibrosa, longa e profunda, a aplicação só pode ser feita com o uso do ultrassom, que permite observar em tempo real e controlar o fechamento do segmento a ser esclerosado. Por ser um procedimento seguro, tem a vantagem de ser feito no próprio consultório, evitando a internação hospitalar e o uso da anestesia geral ou da raqui. Diante disso, alguns pacientes com necessidade de tratamento da safena cogitam a substituição da cirurgia convencional ou do endolaser pelo método da espuma. De fato, dependendo das limitações de cada pessoa, a espuma veio solucionar a situação de pacientes impossibilitados de se submeterem a um procedimento cirúrgico, e que precisavam conviver com a dor, úlcera varicosa e os incômodos das varizes sem qualquer alternativa. Como todo procedimento médico, no entanto, esta escolha entre a aplicação da espuma, endolaser e a cirurgia deve respeitar cada caso particular.

A particularidade de cada paciente, inclusive, é o motivo de a glicose ainda ser utilizada em muitas aplicações de vasinhos, pois, apesar de muito raro, algumas pessoas podem ser alérgicas ao polidocanol. Também se considera que, em aplicações na safena, os efeitos adversos da espuma são maiores do que o endolaser. Já nas aplicações em varizes há mais chances de manchas na pele do que a cirurgia. Por todos esses motivos, é fundamental o prévio exame físico no consultório, quando é analisada a melhor situação quanto aos métodos, regiões a sofrerem a intervenção, assim como a concentração ideal dos reagentes nas aplicações.

 

Comment (1)

  1. Dá para confiar no seu especialista? - Instituto Vascular

    01 Ago 2018 - 10:24 pm

    […] disso, os médicos especializados conhecem bem as variações de substâncias esclerosantes que podem ser aplicadas para cada tipo de organismo e condições apresentadas nos […]

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