Para nossa especialidade, saúde boa é aquela que mantém o sangue circulando, se renovando e irrigando os órgãos constantemente. Se, em algum ponto, o circulação para, temos problemas. E isso vale como uma mensagem para outros aspectos de nossa vida.
Temos observado, entre nossos pacientes, que essa premissa também está na maneira que as pessoas decidem levar seu dia a dia. Não raro aparecem por aqui pacientes octogenários com impressionante lucidez. São os mesmos que mantêm uma vida ativa em seu meio de convivência ou em seus objetivos, que não cessam: praticar esportes, viajar, acompanhar o crescimento dos netos (e bisnetos), engajar-se em atividades de seus interesses.
É claro que a velhice vem com seus ônus, como falhas de memórias recentes ou perda da força física ou agilidade. Por outro lado, estudos mostram que é nesta fase que passamos a unir nossa inteligência racional com a emocional, favorecendo a criatividade. Isso sem falar no tanto de histórias que carregamos, trazendo conosco muita experiência – algo valioso para si mesmo e para os outros de nossa relação.
Estar aberto para novas vivências e realizações de atividades que sempre desejamos fazer é algo fundamental para entrar e se manter nessa fase com saúde e entusiasmo. Assim como a prevenção, a manutenção das atividades que nos mantêm dinâmicos – seja qual for o aspecto – garantem indiretamente a manutenção de nossa saúde física.
Esse entusiasmo pode vir através de leituras (que, aliás, preservam a mente e a memória saudáveis), hobbies, cursos livres (como as faculdades da terceira idade), atividades físicas, projetos pessoais (mais uma vez, a importância de se ter um objetivo), viagens e até mesmo novas um novo amor para divorciados ou viúvos.
Cuidar de si mesmo no âmbito de aspirações desse tipo é um quesito promotor de saúde. É trazer novos ares à vida, assim como o sangue oxigena nossos órgãos enquanto circula em nosso organismo.
Infelizmente, do outro lado desta constatação, não tem sido raro também o número de pessoas mais jovens, já na faixa dos 30 e 40 anos, acometidos por doenças relacionadas aos idosos como infartos e acidentes vasculares, apontando um estilo de vida não tão saudável, privados de atividades que lhes trazem bem-estar e realização pessoal.