TROMBOSE VENOSA

TROMBOSE VENOSA

Desta vez vamos descrever especificamente sobre trombose venosa, ou seja, entupimento de veias (vasos que trazem o sangue de volta ao coração) provocado por trombos (coágulos de sangue). Ao contrário da artéria, em que o vaso vai estreitando lentamente de forma crônica, na veia a trombose costuma ocorrer abruptamente (forma aguda). As causas mais frequentes se enquadram em três grandes grupos: distúrbios intrínsecos da coagulação sanguínea, alterações do fluxo sanguíneo ou de algum fator que afete a parede da veia, provocando lesão ou fazendo compressão externa. No primeiro caso, inúmeros são os fatores que podem provocar distúrbios da coagulação, aumentando a predisposição para a formação de trombos.

Há pacientes que nascem com algum problema genético da coagulação e estes costumam ser os de maior gravidade, pois apresentam episódios repetitivos de trombos, precisando tomar remédios anticoagulantes para o resto da vida. Por isso, precisam do acompanhamento permanente do hematologista (especialista em sangue). No período pós-parto, há uma freqüência maior de trombose venosa, assim como durante o período de uso de anticoncepcionais, para algumas mulheres que são mais susceptíveis, devido a alterações no seu padrão hormonal, o que traz uma influência no perfil de coagulação sanguínea. Outra situação pertinente refere-se aos pacientes que apresentam um câncer que produz substâncias que influenciam a coagulação do sangue. Toda e qualquer situação que dificulte ou impeça o retorno do sangue irá predispor a formação de trombos. É muito frequente durante as grandes cirurgias ortopédicas, como implante de prótese de quadril, colo de fêmur etc… Qualquer cirurgia que deixe o paciente prolongadamente acamado e inativo, devido a um regime de baixo fluxo sanguíneo, aumenta a frequência de trombose venosa. Hoje em dia, os hospitais e os serviços de cirurgia vascular apresentam protocolos de prevenção para estes pacientes sabidamente suscetíveis.

Tanto medidas mecânicas quanto drogas anticoagulantes ajudam a proteger o doente. O terceiro grupo de causas de trombose venosa são aquelas que afetam a parede das veias como os traumatismos, acidentes, contusões ou perfurações por arma de fogo ou outras. Alguns casos de tumores malignos expansivos trazem compressão extrínseca de veias, provocando trombose também. Vale a pena ressaltar que de 80% a 90% das tromboses venosas ocorrem nas veias dos membros inferiores. O fato de o paciente ter varizes não quer dizer que seja mais predisposto a ter trombose. Isto até ocorre com mais frequência nas varizes (flebites), mas, como são vasos superficiais, não trazem gravidade. O problema é mais grave quando afeta as veias profundas das pernas, não só pelo entupimento, mas também porque algum coagulo pode se desprender e ir para o pulmão (embolia pulmonar).
Outro conceito importante é que toda vez em que há uma trombose na veia, ocorre conjuntamente um processo inflamatório e, por isso, são chamadas de tromboflebites (e vice-versa). Nos membros superiores são mais comuns as tromboflebites pós-punções de veias para instalação de soro, mas sem gravidade, pois são superficiais. O tratamento das tromboses habitualmente é clínico com repouso absoluto e administração de drogas anticoagulantes.

Na grande maioria dos casos ainda há a necessidade de uma internação. O anticoagulante evita a progressão da trombose e bloqueia o desprendimento de coágulos (embolia pulmonar). Em apenas 1 a 2% dos casos pode haver a necessidade de intervenção cirúrgica para extrair os trombos de dentro das veias. Isso ocorre quando há trombose maciça das veias das pernas com risco de gangrena, a que denominamos de flegmasia cerúlea dolens, mas como se viu, a frequência é muito baixa. Normalmente, o tratamento clínico, repouso e anticoagulantes promovem a recuperação do paciente, que poderá retornar às atividades habituais com cuidados especiais no início. Deve-se estar atento àquelas situações em que ocorra inchaço abrupto, agudo, acompanhado de dor em um dos membros (unilateral é a mais comum). Este pode ser o primeiro sinal de uma trombose venosa. Nestes casos, procure avaliação vascular com urgência.

Dr. Ricardo J. Gaspar

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