Lipedema? Não erre o diagnóstico!
O lipedema é uma condição que merece atenção, muitas vezes subestimado, especialmente devido aos diagnósticos falhos e mesmo que afete uma parcela considerável de mulheres. Dados de uma pesquisa recente, publicada no Jornal Vascular Brasileiro, reforçam essa necessidade ao relacionar fatores de risco para o desenvolvimento do lipedema. Os pesquisadores apontaram que, no Brasil, cerca de 12% das mulheres são acometidas pela doença. Entre elas, 35,5% apresentam varizes e insuficiência venosa.
Outros sintomas frequentes também foram observados: dores nas pernas, presentes em 90% das mulheres estudadas, além de sensação de queimação e peso nas pernas, ambos afetando quase metade das participantes. Embora o sobrepeso também seja comum entre essas pacientes, é importante lembrar que o lipedema se distingue dos casos clássicos de obesidade (mesmo sendo um fator agravante).
O lipedema se caracteriza pelo acúmulo crônico de gordura concentrada predominantemente no quadril e nas coxas, podendo afetar também pernas e braços, com possível surgimento de nódulos dolorosos, distrofias, deformidades e dobras da pele, dependendo da gravidade de cada caso.
Vale destacar as diferenças entre lipedema, linfedema e edema.
O lipedema envolve o tecido adiposo (retenção de gordura), enquanto que o linfedema ocorre por retenção de líquido (linfa) devido à insuficiência de drenagem do sistema linfático, e o edema decorre da retenção de líquidos por outros fatores, não relacionados ao tecido adiposo e nem especificamente ao sistema linfático. Pode haver a associação entre eles, caracterizando os casos mais graves.
No caso do lipedema, que ainda não tem cura, é fundamental que a paciente consulte um especialista ao perceber os primeiros sintomas, garantindo um ciclo de tratamento adequado e medidas preventivas contra a progressão da doença.
Em nosso laboratório de fluxo vascular, oferecemos o ultrassom Doppler colorido, além de ultrassonografias para diagnóstico diferencial entre lipedema, linfedema e edema, classificação da gravidade e o acompanhamento dos resultados dos tratamentos para cada um desses diagnósticos.