Como já mencionamos em outros boletins, o trombo é formado após a coagulação de sangue que pode se deslocar pelas veias ou artérias causando embolia (entupimento à distância) em determinado trecho vascular, bloqueando assim a circulação a partir daquele ponto (por exemplo, embolia pulmonar).
Acontece que, em determinadas situações, essa dinâmica é intencionalmente provocada, tornando-se uma solução cirúrgica para algumas doenças vasculares.
Trata-se da embolização, feita para impedir a continuidade da irrigação sanguínea em áreas em que ela se tornou inadequada. Alguns exemplos de doenças que podem exigir esta intervenção são os aneurismas viscerais e cerebrais, hemangiomas, fístulas e outras malformações arteriovenosas (MAVs), tumores vasculares e miomas, hemorragias gastrointestinais, entre outros.
O procedimento de embolização se dá por meio de um cateter que, após acesso pela virilha ou braço, chega ao ponto exato onde a doença está e leva o material específico para esta intervenção. Dentre esses materiais estão colas especiais, molas metálicas e micropartículas – estas últimas, resultado da evolução da nanotecnologia.
Por exemplo, no aneurisma cerebral ou visceral, quando a parede arterial está sofrendo grande pressão interna, a ponto de já ter sofrido uma dilatação pontual acentuada, com grande risco de rompimento – é indicado embolização, fazendo o preenchimento desse trecho dilatado com molas e/ou colas especiais. Desse modo, a dilatação ficará preenchida permanentemente com sangue coagulado evitando que a parede arterial continue sofrendo aquela pressão do sangue em movimento. Assim este seria um procedimento por trombose pela exclusão do aneurisma.
Considerando-se a complexidade do sistema circulatório – analogamente comparável a uma árvore com troncos, galhos e gravetos – a ciência, aliada à biotecnologia, tem conquistado uma progressiva evolução, aumentando cada vez mais a precisão das cirurgias consideradas minimamente invasivas, o que até então era impossível. Hoje, o cirurgião faz uso dos microcatéteres superseletivos, feitos especialmente para chegar às áreas de microcirculação.
Com isso, a cirurgia endovascular e a radiologia vascular intervencionista passam a levar grande contribuição para outras especialidades que, de acordo com a doença a ser tratada, demandam esse tipo de intervenção. Exemplos são a oncologia (para impedir a irrigação em tumores); na ginecologia, para os miomas uterinos; as doenças gastrointestinais (para casos de sangramentos incoercíveis por varizes esofágicas, gastrites e úlceras hemorrágicas); e particularmente a neurorradiologia, que realiza esses procedimentos em níveis cerebrais evitando o alto risco das cirurgias abertas no crânio.
Comments (4)
CÁSSIA
29 Ago 2018 - 2:13 pmOlá,
Gostaria de saber se pode ocorrer enjoos após a cirurgia de embolização? Fiz há aproximadamente 2 meses, na região da carótida, via femoral por cateter. Ocorre que sinto há alguns dias já enjoos, náuseas, e já foi descartado gravidez, então creio estar relacionado pois não havia sentido antes.
Aguardo um breve retorno!
att,
Cássia.
vascular
04 Out 2018 - 7:44 pmÉ fundamental um retorno no médico que fez ou indicou a embolização, para descartar relação com o procedimento, mas a princípio não é habitual e nem sugestivo após dois meses.
Eliane
05 Set 2018 - 7:10 pmBoa tarde,gostaria de saber como é o processo de embolização em hemangioma na face?
vascular
04 Out 2018 - 7:07 pmDepende do tipo e da região afetada. As indicações em face são mais restritas.
Precisa de avaliação caso a caso na consulta e exame físico.