Trombose tem relação com o câncer?

Não raro a presença do câncer no organismo acaba por desenvolver outras doenças e complicações. Quando isso acontece, estamos lidando com a Síndrome Paraneoplásica, que pode se manifestar anteriormente ou concomitantemente à presença do tumor (neoplasia). No caso do sistema vascular, uma das complicação mais frequentes é a trombose.

Estudos indicam que eventos tromboembólicos estão presentes em 10 a 15% dos pacientes com neoplasia, e é interessante observar que eles podem surgir anos antes da neoplasia ou ser seu primeiro sinal. Desta forma, quando detectada uma trombose – em especial quando ela não traz nenhuma causa aparente –, é essencial descartar a possibilidade de câncer.

A Síndrome Paraneoplásica pode ser causada pela produção de substâncias pelas células tumorais, acarretando em efeitos sistêmicos; ou pela diminuição de substâncias no organismo, causando o aparecimento dos sintomas; ou então como consequência imunitária do hospedeiro ao tumor. Por todos esses motivos, a rápida ida ao médico nos primeiros sinais e a detecção dos riscos passam a ser importantes atitudes preventivas contra o câncer.

Em qualquer caso de trombose paraneoplásica, o tratamento se dá a partir da administração de anticoagulantes por tempo indefinido e, em casos mais graves, cirurgia para desobstruir as veias ocluídas (trombectomia e implante de stents), assim como o próprio tratamento do câncer para atenuar os sintomas paraneoplásicos e evitar recidivas.

Há casos ainda em que a trombose se dá a partir da compressão direta da veia pelo tumor, sendo assim uma condição extrínseca – e não a síndrome em si. Desta forma, o uso de medicamentos pode não ser suficiente, de modo que passa a ser considerada também a necessidade de intervenção cirúrgica.