Um dos departamentos de um instituto vascular é o Laboratório de Fluxo Vascular, o qual agrega exames que conseguem qualificar e quantificar a circulação sanguínea. Tudo começou com os exames chamados Doppler ultrassom e pletismografias. O primeiro estuda circulação dos troncos vasculares maiores e o segundo avalia a microcirculação, sendo os resultados documentados por registros gráficos semelhantes ao eletrocardiograma e, pela sua análise, pode-se fazer o diagnostico se o fluxo se encontra alterado ou não.
Na sequência da evolução dos equipamentos de fluxometria vascular, surgiu a grande vedete do momento que é conhecida como color duplex scan ou também eco-doppler colorido. Este exame tem o mesmo princípio do eco-cardiograma. A grande sacada foi acoplar o antigo ultrassom, com imagens em branco e preto, com o doppler e, por isso, justificando o nome de duplex. Através de softwares especiais conseguiu-se implementar cores nos vasos sanguíneos, já que é um exame computadorizado. Desta forma, o sangue nas artérias (vasos que levam o sangue do coração para as extremidades) é vermelho e nas veias que (trazem o sangue de volta) é azul.
Além disso, com o efeito doppler, consegue-se fazer medidas importantíssimas, como velocidade de fluxo, apresentando em gráficos o padrão circulatório. Com extrema facilidade, faz o diagnóstico de estreitamentos (estenoses) mostrando qual o grau de gravidade com parâmetro digitais. Da mesma forma, para entupimentos (tromboses) e dilatações (aneurismas). No que se refere às veias, tem se uma ideia precisa do seu funcionamento: se as válvulas estão competentes ou não, se já se tornaram varizes ou não, definindo o calibre em qualquer segmento, superficial ou profundo, e em qualquer nível, com ênfase especial para a veia safena.
O Duplex Scan é completamente não-invasivo, sem necessidade de agulhas ou punções. Inclusive, tornou-se de tal expressão que está paulatinamente substituindo os exames por cateterismos, os quais têm sido indicados apenas quando se vai fazer alguma intervenção cirúrgica. A extensão de indicação tem ampliado a cada dia, por exemplo, direcionando o vascular na realização de vários procedimentos terapêuticos, no intraoperatório para avaliar a qualidade técnica da cirurgia a no acompanhamento pós-operatório de pontes arteriais, já que podem ser repetidas quando necessário, ao contrario dos exames por cateterismos. Tal como na cardiologia, é possível então se fazer um “check-up” completo do sistema vascular e, por isso, não se justifica de forma alguma, hoje em dia, não se ter noção de prevenção.
Dr. Ricardo J. Gaspar
Comment (1)
Joey Dueno
29 Ago 2018 - 5:36 amTexto bacana. Eu acabei de localizar o seu website e gostaria de falar que de fato os seus textos são maravilhosos. Felicidades abraço.